Voltar Autoestima

A culpa que nos acompanha: por que sentimos tanto e como começar a transformá-la.

Você se cobra demais e sente culpa por não dar conta de tudo? Esse sentimento pode estar te paralisando, mas também pode ser transformado em aprendizado e liberdade.

Capa do artigo A culpa que nos acompanha: por que sentimos tanto e como começar a transformá-la.

Quando a culpa fala mais alto

Você já se pegou pensando: “Eu deveria ter feito diferente”, “Não dei o suficiente” ou “Não estou sendo boa o bastante”?

A culpa costuma estar presente em muitos momentos da nossa vida. Ela aparece quando dizemos “não”, quando não conseguimos atender às expectativas dos outros ou até quando tentamos cuidar de nós mesmas. Para muitas mulheres, esse sentimento é quase constante. É como se existisse uma voz interna dizendo que, não importa o quanto façamos, sempre vai faltar algo.

De onde vem esse peso?

A culpa tem muitas origens. Pode vir das expectativas externas (sociais, familiares ou culturais) que nos dizem como deveríamos ser, ou pode nascer da autocrítica, quando criamos padrões de perfeição impossíveis e nos cobramos o tempo todo. Também pode se alimentar das comparações, especialmente em tempos de redes sociais, em que vemos recortes idealizados da vida de outras pessoas. Além disso, as múltiplas exigências de papéis — ser profissional, mãe, parceira, filha — tornam esse peso ainda maior.

Quando a culpa paralisa

A verdade é que a culpa não é apenas um sentimento ruim. Ela também funciona como um sinal de que existe algo importante para nós. O problema é quando esse sinal se transforma em prisão: em vez de nos ajudar a aprender, ela nos paralisa e nos afasta de quem gostaríamos de ser.

Caminhos para transformar a culpa

Não existe uma fórmula mágica para eliminar a culpa, mas é possível transformar a maneira como nos relacionamos com ela. Isso começa com a capacidade de reconhecê-la sem julgamento, perguntando-se: “O que esse sentimento está tentando me mostrar?”. Depois, vale questionar se as expectativas que nos cobram são realmente nossas ou se foram impostas de fora, e se são de fato realistas.


Outro passo importante é praticar a autocompaixão, tratando-se como trataria uma amiga querida: com gentileza, em vez de críticas duras. Já percebeu como tendemos a ser muito mais rigidas e criticas com nos mesmas do que seriamos com pessoas que amamos? Por que não nos incluimos se inclui nesta lista?


Valorizar pequenas escolhas também ajuda, mesmo quando não conseguimos fazer tudo, reconhecer os passos que já damos é um movimento de cuidado. E, por fim, compartilhar esse peso em um espaço de apoio, como a terapia, pode abrir novas perspectivas e aliviar a sobrecarga.

Um novo olhar para si mesma

A culpa não precisa ser inimiga. Quando aprendemos a olhá-la com mais clareza, ela pode se transformar em um convite à mudança, mas sem o peso da autocrítica. Na terapia, esse processo ganha força: acolher a culpa, compreender seu papel e, ao mesmo tempo, abrir espaço para viver de acordo com o que é valioso para você, com mais equilíbrio e autenticidade. Se você sente que a culpa tem controlado demais sua vida, saiba que não precisa enfrentar isso sozinha. Buscar apoio psicológico pode ser o primeiro passo para transformar esse sentimento em aprendizado e liberdade.

Foto de Cecilia Silva Campos Do Amaral
Cecilia Silva Campos Do Amaral
Psicóloga – CRP 04/49134

Sou psicóloga clínica com 8 anos de experiência no atendimento a adultos. Tenho formação pela UFMG e duas pós-graduações na área clínica, incluindo especialização em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), uma abordagem baseada em evidências científicas.

Atuo com pessoas que enfrentam sobrecarga emocional, autocobrança, insegurança e dificuldades em lidar com pensamentos e emoções difíceis. Também tenho experiência em saúde mental corporativa, plantão psicológico em empresas, condução de grupos de mindfulness e supervisão de profissionais iniciantes.

Meu compromisso é oferecer uma escuta atenta, acolhedora e prática, ajudando você a encontrar caminhos mais leves e possíveis para fortalecer sua autoconfiança, equilibrar suas emoções e construir uma vida com mais sentido.

Ver perfil completo
Outros artigos deste autor