Imagina conviver todos os dias com alguém que apresenta padrões disfuncionais de personalidade.
Uma pessoa que não escuta, que controla excessivamente, que desconfia, que reage de forma agressiva ou passivo-agressiva — e que teria muito a ganhar com apoio terapêutico para melhorar suas relações.
Difícil, não é?
Pois é exatamente isso que acontece quando pessoas — com seus próprios desafios emocionais — convivem com culturas organizacionais marcadas por padrões disfuncionais.
A cultura organizacional está diretamente ligada à saúde mental dos empregados. Mas por quê?
Porque a cultura é a personalidade da empresa.
Assim como a personalidade humana é moldada por vivências, fatores genéticos e sociais, a cultura organizacional nasce dos valores dos fundadores, do momento histórico em que surgiu, das decisões tomadas nos primeiros anos e da forma como a empresa enfrentou crises e cresceu.
Vamos a um exemplo:
Uma empresa fundada na década de 60 provavelmente carrega em seu DNA traços de microgerenciamento, controle rígido e hierarquias inflexíveis. Esses padrões se perpetuam ao longo do tempo, moldando líderes, práticas de gestão e relações internas.
Mas o mundo mudou.
As pessoas mudaram.
E as empresas precisam mudar também.
Essas desconexões entre o que as pessoas buscam hoje para suas vidas e a "personalidade" das empresas — ou seja, a cultura — geram insatisfação, queda de produtividade e aumento dos adoecimentos mentais.
E é fundamental olhar para o topo.
A mudança cultural começa nos dirigentes e gestores.
Transformar a cultura é, antes de tudo, um processo de autoconhecimento.
É quase terapêutico.
Mentorias, coaching, psicoterapia e desenvolvimento de liderança são ferramentas essenciais nesse processo.
A mudança começa no topo, e esses comportamentos se refletem por toda a organização.
Cultura organizacional é personalidade. E toda personalidade pode evoluir.