O que sustenta o nosso edifício interno?
Em alguns momentos, “cortar os próprios defeitos” pode ser necessário, sim.

Refletindo sobre uma situação pessoal, me veio à mente uma frase de Clarice Lispector:
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício.”
Essa citação, profunda e enigmática, me fez pensar sobre as estruturas invisíveis que nos mantêm de pé. Muitas vezes, carregamos em nossas vidas situações, hábitos ou relações que não compreendemos completamente, mas que, de alguma forma, nos sustentam.
Quando essas situações chegam ao fim, seja por decisão nossa ou por algo que foge ao nosso controle, é comum sentirmos um grande vazio. É nesse momento que percebemos o quanto aquela situação, mesmo que imperfeita, era parte essencial da nossa sustentação emocional. Ela nos dava forças, direção, motivação.
De repente, sem essa base, tudo parece ruir. Sentimo-nos sem chão, desorientados, como se tivéssemos perdido não apenas algo importante, mas uma parte de nós mesmos.
Mas essa perda, por mais dolorosa que seja, também é uma oportunidade. É o convite da vida para reconstruirmos nosso edifício, agora com bases mais conscientes e sólidas.
Não existe certo ou errado em sentir dor, em se desestabilizar ou em precisar de tempo para se recompor. Existem sentimentos que merecem ser acolhidos e uma pessoa que precisa ser cuidada.
Em alguns momentos, “cortar os próprios defeitos” pode ser necessário, sim. Mas isso não precisa ser feito sozinho. O acompanhamento psicológico pode tornar esse processo mais leve e seguro, ajudando-nos a compreender o que sustenta nossas estruturas internas e o que já não precisa permanecer.
E você? Já parou para pensar qual é a situação que sustenta o seu edifício?
Se ela acabasse hoje, como você ficaria?
Todos nós temos algo que nos sustenta, e também podemos aprender a encontrar novas formas de nos manter de pé.
Assim como qualquer pessoa, também busco cuidar de mim. Tenho minha psicóloga, e ela tem um papel importante nos meus processos pessoais.
O acompanhamento psicológico é um espaço de escuta e construção.
E você, já pensou em ter um espaço assim para si?
