Quando o controle vira prisão

A ansiedade constou a dar a sensação de que tudo está prestes a sair do lugar, como se o chão fosse ceder a qualquer momento. Mas na verdade, o que acontece com muita gente é o contrário, não é que você esteja perdendo o controle, é que você está tentando demais.

A mente ansiosa é uma mente vigilante, ela observa tudo, antecipa cada detalhe, ensaia conversas que ainda nem aconteceram, é como se vivesse tentando prever o futuro, porque acredita que, se conseguir se preparar o suficiente, vai evitará sofrer, mas o problema é que quanto mais você tenta se proteger, mais o seu corpo entende que o mundo é perigoso, o sistema de alerta, que deveria soar só diante de ameaças reais, começa a disparar o tempo todo. É ai, viver passa a ser como andar com o alarme tocando dentro da cabeça, sem pausa, sem silêncio, sem descanso.

Quando você foge do desconforto, o cérebro aprende que ele é perigoso, quando tenta impedir o medo de aparecer, ensina ao corpo que sentir é sial de perigo, e assim, sem perceber, a busca por controle vira o combustível da própria ansiedade.

O curioso é que controlar tudo é impossível, a vida não cabe em roteiros mentais, as pessoas não seguem nossos scripts, e as emoções, por mais incômodas que sejam, não obedecem a lógica. O medo, a incerteza e até o desconforto fazem parte da vida. Quando tentamos eliminá-los, acabamos alimentando justamente aquilo que mais queríamos silenciar.

Pense na ansiedade como um alarme de segurança, ela existe para te proteger, mas às vezes fica sensível demais, qualquer pensamento, qualquer lembrança, e lá está ela disparando.

O papel da terapia não é desligar esse alarme, mas ajustar a sensibilidade dele, para que o seu corpo volte a confiar que nem todo barulho é perigoso. O objetivo nunca foi viver sem medo, mas sim aprender a caminhar mesmo quando ele está por perto.