Amar não é encontrar a metade da laranja que nos faltava!
A expectativa de viver um amor que nos completa é alimentada ao longo da nossa vida, mas a realidade é que são as faltas que vêm a tona quando se ama.

Quando começamos a amar alguém nos deparamos com um novo mundo diante dos nossos olhos, onde o outro identifica a partir de sua individualidade aquilo que falta, trazendo o inesperado para aquilo que já acreditávamos conhecer.
Ao nos deparar com a perda do conforto daquilo que é conhecido ficamos de frente a uma ausência inédita, somos agora algo novo e desconhecido para nós mesmos, e precisamos descobrir maneiras de navegar em meio a essa nova falta, que as vezes desespera pela perspectiva do quão profunda parece ser.
Miramos o amor por desejarmos a sensação de pertencimento e a promessa de estarmos juntos até que a morte nos separe. Porém, viver não traz garantias e toda relação carrega consigo a semente da perda, mas que não é isso que faz com que não valha a pena viver um amor, pois a intensidade da falta pode ser o sinônimo daquilo que marcou e possibilitou o encontro com algo novo em meio a solidão.
Encontrar a si mesmo e aprender a amar as camadas que vão surgindo diante de cada nova situação não é algo fácil, mas muitas vezes é no encontro com o outro que encontramos a esperança de que a possibilidade existe e vale a pena ser arriscada.
Ana Suy nos convida em seu livro "A gente Mira no Amor e Acerta na Solidão" a mirar no amor sabendo que mesmo errando o alvo saímos com a descoberta de algo essencial sobre nós mesmos.
Gabriel Aleksander
CRP - 01/29788
