Amor não é anestesia!

Quando o medo da solidão dá lugar à liberdade de escolher

Em muitos momentos da vida, o que mais desejamos é nos livrar do desconforto.
Evitamos conversas difíceis, adiamos decisões, silenciamos o incômodo que insiste em aparecer. No fundo, acreditamos que, se não olharmos de frente para o que dói, a dor passará sozinha. Na ACT - Terapia de Aceitação e Compromisso chamamos de esquiva experiencial.

Mas é justamente nessa tentativa de evitar o desconforto que muitos acabam permanecendo em relacionamentos que já não fazem sentido.
Ficam por medo da solidão, por comodismo, por apego a uma rotina familiar — ou simplesmente por não saber o que fazer com a própria liberdade.

Contudo, o amadurecimento emocional começa quando nos permitimos olhar com honestidade para o que sentimos.
Quando deixamos de fugir daquilo que incomoda e nos dispomos a atravessar o desconforto, algo dentro de nós muda. Surge um novo espaço interno, mais autêntico, mais livre.

Aprendemos, então, a estar com alguém não por necessidade, mas por escolha.
E, às vezes, essa mesma honestidade nos leva à coragem de encerrar um ciclo — de sair de um relacionamento que já não soma — e descobrir a plenitude de estar bem consigo mesma(o).

Estar só não significa solidão. Estar só pode ser solitude!
Significa reconhecer-se inteiro(a), saber que o amor começa dentro, e que qualquer relação saudável nasce do encontro entre duas pessoas que se escolhem — e não que se completam.

O amor amadurece quando o medo da solidão dá lugar à liberdade de escolher.
E é nesse lugar de liberdade que os vínculos se tornam mais leves, conscientes e verdadeiramente amorosos. 🌿

Esse é um caminho que pode ser trabalhado e fortalecido em terapia.
A psicoterapia oferece um espaço seguro para compreender suas necessidades emocionais, reconhecer padrões de dependência afetiva e desenvolver autonomia, clareza e autoconfiança.
Com o tempo, torna-se possível se relacionar a partir de um lugar mais livre — em que o amor é escolha, e não fuga da solidão.