Autocuidado : investimento em saúde integral
Saúde física não basta, também o cuidado com a saúde mental. Pensamentos, comportamentos e sentimentos estão interligados. Ressalto também relações afetivas, pertencer ao grupo familiar e outros.

Somos seres únicos, cada um com o seu modo de ser. Quando se fala em Autocuidado chamamos à atenção para um olhar singular, próprio, o olhar para a própria morada. O cuidado com o corpo, mente e alma. Saúde não se refere apenas ao cuidado físico, mas, também, ao mental. Pensamentos, comportamentos e sentimentos estão atrelados, se os pensamentos estão disfuncionais, os comportamentos serão inadequados e vice-versa, comportamentos inadequados levarão a pensamentos distorcidos. O autocuidado se trata de um olhar sistêmico, olhar para o todo, para o nosso lado interno: acolhermos nossas dores: sentimentos de perda, angústia, tristeza, solidão frente os dissabores da vida; como também dar atenção aos sentimentos de amor, paz, serenidade, compaixão diante dos sabores que a vida oferece. Autocuidado se diz também de autoaceitação: aceitar nossas fraquezas, limitações, imperfeições... a valorização das nossas capacidades, dos nossos potenciais, da possibilidade de evolução: de aprender, desaprender e reaprender em diferentes fases e circunstâncias da vida. Dá margem para a flexibilidade, encerrar ciclos e se permitir abrir outros. Olharmos com carinho nossas pequenas conquistas, como também para nossos sonhos e desejos. Nosso propósito de existência.
Somos seres relacionais. Nós necessitamos do Outro para o nosso desenvolvimento em diferentes fases da vida. Joan Garriga, psicólogo humanista, defende que temos a necessidade de nos sentirmos pertencentes: pertencentes a um grupo familiar, de nos sentirmos incluídos no ambiente de trabalho; na comunidade; nos diferentes contextos sociais. É na constituição de vínculos que as relações afetivas acontecem.
¨Vínculo é tudo aquilo que liga, ata ou aperta, É nó, é liame. É o que dá nexo e sentido às frases e a própria vida. Vincular significa relacionar-se com…eternizar-se…perpetuar-se... imortalizar-se. Em síntese a busca de vínculos equivale a busca pela própria vida, pela sua preservação, pelo seu desenvolvimento, pela sua continuidade...¨ Iara L. Camaratta Anton
As relações afetivas só acontecem de modo saudável se primeiramente buscarmos o autocuidado. O Outro é apenas complemento das nossas vivências, da nossa história. Estar bem cabe a nós, nos cuidados diários com o nosso mundo interno e externo.
Para melhor compreensão de nós mesmos e das nossas relações é importante que se dê a oportunidade para nos escutar, escutar as vozes internas, as nossas lamúrias e conflitos. É através da escuta que nos conhecemos e compreendemos como realmente somos. A PSICOTERAPIA oferece este espaço de escuta, de autoconhecimento e de elaboração daquilo que até então não era acessível à consciência. Possibilita a recriação, um novo sentido para que a vida fique mais leve.
Raquel Teixeira Rodrigues
Psicóloga clínica
@psicologa.raquelteixeira
