“Eu não sei”: quando o desconhecido se torna caminho
A vida nem sempre tem respostas. Neste artigo, veja como a terapia transforma incertezas em caminhos de autoconhecimento.

“Eu não sei.”
Talvez essa seja uma das frases mais comuns e mais potentes que escuto em sessão.
Junto com ela, quase sempre vem a angústia de não ter respostas diante de questões profundas e centrais da vida: quem sou? O que quero? Qual direção seguir agora?
Mas a terapia não é o lugar de quem sabe.
Não é o espaço das certezas, mas o encontro de quem se permite buscar e, nesse processo, encontrar caminhos que antes pareciam invisíveis.
Ninguém começa uma trilha pelo ponto final. É preciso atravessar o percurso, com seus altos e baixos, para que o horizonte se revele.
Na terapia, não propomos uma chegada, mas uma trajetória.
Um caminho que passa por lugares desconhecidos, tanto para quem procura ajuda quanto para quem acompanha o processo.
E isso não precisa ser desesperador.
Afinal, se o caminho conhecido fizesse completo sentido, não estaríamos em busca de algo novo.
Por isso, lembre-se: se perder também é um caminho.
Às vezes, é justamente o que revela um horizonte que não cabia no mapa anterior.
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Fernando Teixeira de Andrade
A terapia é esse espaço de travessia, de cuidado consigo mesma, de abertura para novos caminhos. É o convite para se permitir perder e, ao mesmo tempo, se encontrar.
